A Relação dos Países BICS com a IA: Uma Análise de Confiança e Risco

De acordo com o documento "Trust in Artificial Intelligence: A global study" da KPMG Australia & The University of Queensland, a confiança e as atitudes em relação à IA variam entre os países. Os países ocidentais, juntamente com o Japão, a Coreia do Sul e Israel, geralmente têm menor confiança e atitudes menos positivas do que as pessoas nos países emergentes. Em comparação, as pessoas nos países BICS (Brasil, Índia, China e África do Sul) e, em certa medida, em Singapura, têm maior confiança e atitudes mais positivas em relação à IA.

Os resultados sugerem que as atitudes mais positivas nos países BICS não refletem um otimismo cego ou falta de consciência dos potenciais riscos do uso da IA. Pelo contrário, há evidências do oposto, com pessoas no Brasil e na África do Sul (juntamente com a Coreia do Sul) classificando os riscos da IA mais altos do que outros países, e os indianos e sul-africanos mais propensos a acreditar que os riscos da IA impactarão as pessoas em seu país.

A análise sugere que os diferentes níveis de confiança e aceitação entre os países refletem principalmente três fatores:

  1. Diferenças na percepção dos benefícios da IA e na medida em que superam os riscos potenciais: as pessoas nos países ocidentais e no Japão geralmente estão menos convencidas dos benefícios da IA e, juntamente com a Coreia do Sul e Israel, menos propensas a acreditar que os benefícios da IA superam os riscos, em comparação com as pessoas nos países BICS e em Singapura.
  2. Percepções de salvaguardas institucionais: há diferenças entre os países na percepção da adequação das salvaguardas e regulamentações para tornar o uso da IA seguro e na confiança nas instituições responsáveis por isso. Menos pessoas nos países ocidentais, Japão, Coreia do Sul e Israel veem as leis e regulamentações atuais para salvaguardar a IA como suficientes e têm menos confiança nas empresas para desenvolver, usar e governar a IA, em comparação com as pessoas no Brasil, Índia, China e Singapura.
  3. Familiaridade e compreensão da IA: as pessoas nos países ocidentais geralmente relatam menos uso de IA no trabalho e menor uso e conhecimento de IA em aplicações comuns, em comparação com as pessoas nos países BICS e em Singapura.

A implicação da maior confiança e aceitação da IA nos países BICS (e em certa medida em Singapura), combinada com a natureza emergente de suas economias, é que esses países podem estar em uma posição única para acelerar a inovação e a vantagem tecnológica e oferecer um ambiente mais favorável para atrair empresas que desejam investir no desenvolvimento e inovação da IA, apoiando uma vantagem competitiva. Com o tempo, isso pode contribuir para uma interrupção das hegemonias econômicas tradicionais.

As pessoas nos países BICS tendem a acreditar que os benefícios da IA em áreas como saúde e segurança superam os riscos potenciais. Eles também veem as salvaguardas e regulamentações atuais para a IA como suficientes, e têm mais confiança nas empresas para desenvolver, usar e governar a IA. Além disso, eles geralmente relatam mais uso de IA no trabalho e maior conhecimento de IA em aplicações comuns, incluindo sistemas de recomendação e IA de RH.

No entanto, embora as pessoas nos países BICS sejam mais propensas a perceber as atuais regulamentaçõese leis da IA como adequadas, é notável que, em classificações internacionais, esses países têm classificações baixas em governança e regulamentação para garantir o uso ético e responsável da IA. Em contraste, a União Europeia (UE) e o Canadá são vistos como líderes em governança de IA e dados e ética. O Ato de IA da UE estabelecerá limites e condições para o uso de sistemas de IA com base em uma classificação de risco e restringirá os tipos de produtos e serviços de IA que podem ser desenvolvidos e vendidos na UE, o que provavelmente influenciará as práticas de desenvolvimento e governança de IA em outros países.

A vantagem competitiva sustentada requer que a confiança e a aceitação sejam preservadas. O estudo então discute quatro caminhos identificados por sua modelagem para fortalecer o uso responsável da IA para garantir e sustentar a confiança pública: o institucional, o motivacional, a redução da incerteza.

Em resumo, a confiança e a aceitação da IA nos países BICS são influenciadas por vários fatores, incluindo a percepção dos benefícios da IA, a percepção das salvaguardas institucionais e a familiaridade e compreensão da IA. A maior confiança e aceitação da IA nesses países, juntamente com a natureza emergente de suas economias, sugere que esses países podem estar em uma posição única para acelerar a inovação e a vantagem tecnológica em todas as áreas de aplicação da IA.

Agora que você entende melhor a relação dos países BICS com a IA, que ações você pode tomar? Se você é um tomador de decisões em uma organização, como você pode usar essas informações para informar sua estratégia de IA? Se você é um cidadão interessado, como você pode usar esse conhecimento para moldar suas opiniões e ações em relação à IA?

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