Análise de Dados: o grande artificio da segurança pública.

A tecnologia, tem gerado uma multiplicidade de maneiras diferentes para o desenvolvimento de relações humanas. Porém, essa diversidade presente no mundo moderno virtual acaba gerando a utopia de que a internet, por exemplo, é um espaço baseado em futilidades e que não possui regras ou punições em caso de ameaça. Ao contrário do que se pensa, as derivações tecnológicas, como a análise de dados, são ferramentas fundamentais para a proteção não só dos cidadãos, os usuários, mas também de nações, como um todo. Logo, é possível utiliza-las não só para o combate de cibercrimes mas, principalmente, para a segurança pública do mundo real.

Primeiramente, é necessário o entendimento de que a segurança pública é o estado de normalidade que permite o usufruto de direitos e o cumprimento de deveres. Pode ser interpretada como a manutenção da ordem pública, isto é, de conjunto de valores, de princípios e de normas que se pretende ser observados numa sociedade. Assim, pode-se entender o papel da análise dos dados dessa perspectiva, pois tem-se um estado de normalidade na constância de situações em uma sociedade, e se os números se alteram bruscamente se tem uma ameaça à segurança geral.

Experiências e casos bem-sucedidos aqui e no exterior mostram que tecnologias como câmeras de vigilância, inteligência artificial, integração de dados, analytics e softwares de reconhecimento facial podem contribuir de forma importante para melhoria da sensação de segurança e na redução dos índices de violência.

Na China, duas startups, a Sense Time e MegVii, avaliadas em US$ 1,6 bilhão e US$ 3,5 bilhões, respectivamente, lideram o desenvolvimento de uma das tecnologias mais sofisticadas para vigilância pública, câmeras e softwares de reconhecimento facial. A MegVii afirma que suas câmeras analisam até mil pessoas por frame capturado, identificam os rostos e checam em bases de dados públicas se há, entre os monitorados, cidadãos procurados pela Justiça. Os softwares de reconhecimento facial comparam medidas únicas das pessoas, como a distância entre os olhos, o tamanho do osso do nariz ou o desenho do queixo para distingui-las. As chances de acerto na identificação, promete a MegVii, são de até 99,98%. Apesar dos protestos sobre invasão de privacidade, dados da agência chinesa Xinhua revelam que 83% dos cidadãos aprovam a tecnologia de reconhecimento de rostos para aumentar a sensação de segurança.

Com a pandemia de Covid-19 e a expansão do uso de máscaras nas ruas na maioria dos países, empresas que fornecem tecnologia de reconhecimento facial tentam adaptar seus softwares para que eles se concentrem nos dados das partes descobertas da face, como os olhos. O uso das câmeras inteligentes para identificar nas ruas, em segundos, procurados pela polícia já chegou ao Brasil em cidades como Campinas (SP) e Rio de Janeiro.

No Rio, além do monitoramento interligado ao centro de controle instalado para a Copa do Mundo e a Olimpíada, o governo realizou, em 2019, testes com dezenas de câmeras de tecnologia de reconhecimento facial. Foram presos 63 procurados em quatro meses de utilização. A solução testada foi fornecida pela Oi, com tecnologia da chinesa Huawei. A mesma solução foi avaliada em Campinas com servidores voluntários do município. A cidade mantém, desde 2015, o Sistema Inteligente de Monitoramento Veicular (SIMVECAMP), que faz a leitura das placas dos veículos nas ruas e compara quase em tempo real com o banco de dados de carros roubados ou procurados e, em caso de “match”, soa um alarme na central de monitoramento. A informação é repassada às equipes de segurança mais próximas do local.

O sistema ganhou crédito por conta da queda na quantidade de furtos e roubos de veículos na cidade. Só nos três primeiros anos de funcionamento, até 2018, foram recuperados 354 veículos roubados. Outra iniciativa que tem sido desenvolvida em algumas cidades brasileiras é a interligação de câmeras de vigilância de estabelecimentos comerciais ou particulares às centrais de monitoramento das forças de segurança. São Paulo criou o projeto City Câmeras, que funciona com uma plataforma eletrônica em que a sociedade civil pode integrar imagens de seus equipamentos de vigilância ao monitoramento da prefeitura. A meta é alcançar 10 mil câmeras integradas. As cidades inteligentes, com uso de analytics e IA, podem até prevenir situações de perigo potencial, como pessoas se deslocando em velocidade superior à média, pessoas que invadem linhas férreas, entre outras atividades suspeitas, disparam alarmes, evitando tragédias ou, no mínimo, reduzindo o tempo de resposta das forças de segurança. Mesmo assim, fica claro que a violência no Brasil tem raízes estruturais profundas, em contrapartida quanto maiores os esforços no sentido de reduzir os índices de criminalidade melhor será para construirmos um país mais seguro. Pois, as tecnologias de monitoramento e vigilância parecem ter grande potencial para melhorar a segurança pública nas cidades brasileiras, logo, é notável que é preciso investir e desenvolver melhor as tecnologias que já estão disponíveis e vêm mostrando resultados positivos.

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